Merged mining é um sistema que permite a um minerador a prática da mineração em 2 ou mais blockchains ao mesmo tempo. Isso é frequentemente usado para criar uma blockchain com características próprias, que aproveite a segurança de outra mainnet.
Os mineiros são incentivados a fazer merged mining porque, com o mesmo poder de processamento, podem receber recompensas de 2 ou mais blockchains diferentes.
Hoje vamos ver o que é merged mining, suas vantagens, desvantagens e alguns exemplos. Segue com a gente!
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Pra começo de conversa: como funciona a mineração de criptomoedas?
Quando falamos de mineração de criptomoedas, nos referimos ao sistema de verificação que o Bitcoin e outras redes Proof-of-Work (PoW) usam em suas redes de blocos.
Em redes descentralizadas, as transações não são processadas por um único servidor, e sim por centenas de mineradores diferentes, de forma totalmente independente.
No protocolo PoW, os mineradores precisam colocar poder de processamento à disposição para verificar as transações, criar blocos e, assim, receber a recompensa de seus esforços.
Falando em termos simples, os mineradores juntam as transações num bloco e passam tudo isso por função hash para obter um código.
O código resultante tem que atender a certas características definidas pela rede para que o bloco seja válido e acrescentado à blockchain. Uma vez que a operação é bem-sucedida, o minerador que criou o bloco recebe uma recompensa por esse trabalho.
Como funciona a mineração combinada?
Na merged mining, os códigos (ou hashes) obtidos pelos mineiros podem ser apresentados e acrescentados a 2 redes, rendendo recompensas em dobro.
Esse sistema sempre nasce a partir de uma blockchain principal e de uma secundária, que adota o mesmo sistema de mineração que a rede principal para atrair os seus mineradores.
Quando uma nova blockchain nasce, uma necessidade fundamental para garantir sua sobrevivência é encontrar mineradores ou validadores que estejam dispostos a fornecer os seus computadores para manter a rede segura.
É muito mais fácil convencê-los quando a mineração da nova rede não envolve qualquer trabalho extra para eles.
Caso de uso de Merged mining
Suponhamos que alguém queira desenvolver uma blockchain que possa ser minerada ao mesmo tempo que a Bitcoin para herdar uma parte de sua segurança.
Para fazer isso, teríamos de construir uma rede de Prova de Trabalho (PoW) que funcione com o algoritmo SHA-256 (uma função de hash), tal como o Bitcoin.
Como dissemos anteriormente, os mineiradores de Bitcoin estão sempre fazendo hashes a partir de blocos. Eventualmente, um deles é aceito como válido pela rede e o bloco associado é acrescentado à cadeia.
Neste sentido, a nossa blockchain deve ter o mesmo sistema, mas com requisitos menores na hora de aceitar um bloco. Dessa forma, alguns blocos que não satisfazem os requisitos para a rede Bitcoin irão satisfazer os nossos.
O trabalho dos mineradores na hora de encontrar um bloco válido para a rede principal será aceito e recompensado pela rede secundária.
É por isso que a merged mining não significa nenhum esforço extra para os mineradores. É como se a exigência da cadeia principal fosse um salto de 2 metros de distância e a exigência da rede secundária fosse um salto de 1,5 metros. Cumprir o primeiro requisito implica automaticamente o cumprimento do segundo.
Vantagens da exploração mineira fundida
Recompensas extra para mineradores
Dar aos mineradores a possibilidade de receber recompensas duplas pelo mesmo trabalho é um grande incentivo.
Geralmente, as recompensas oferecidas pelas blockchains principais são muito maiores do que as das redes secundárias, mas qualquer extra é sempre bem-vindo.
Minerar em redes com maiores retornos significa que mais pessoas vão se interessar por essa blockchain. Quanto mais mineradores ou validadores tiver uma rede, mais ela vai ser segura e descentralizada. Assim, a merged mining é uma vantagem para ambas as redes.
Mais segurança
A rede secundária que decide implementar a merged mining tem mais chances de encontrar mais mineradores desde que começa a funcionar.
Minerar criptomoedas envolve a compra de hardware especializado e o consumo de muita de energia elétrica. Para atrair novos mineradores, uma blockchain deve transmitir segurança e confiança, o que não é algo necessariamente fácil para novos projetos.
A merged mining, neste sentido, cria uma oportunidade desde o início para as novas blockchains de tirar partido da segurança de uma rede mais desenvolvida.
Desvantagens da exploração mineira fundida
Dependência da rede principal
Ainda que a operação e a gestão de uma rede com merged mining sejam completamente independentes da rede principal, a sua segurança não é. Se a rede primária tiver um problema e perder mineradores, a rede secundária será imediatamente afetada. O mesmo é válido no caso de um ataque de 51%.
Limitações
Na merged mining, a rede secundária é forçada a usar o mesmo sistema de mineração que a rede primária para que possa funcionar corretamente.
Isso limita a nova blockchain por impedir que ela inove neste sentido. E mesmo que, a curto prazo, seja conveniente adotar o padrão de mineração de outra rede, deixar de inovar é um problema no mundo cripto.
Software mais complexo
Desenvolver uma blockchain já é uma tarefa complexa, mas fazer com que ela seja compatível com a mineração de uma cadeia de blocos existente é ainda mais difícil.
Mesmo após a conclusão do desenvolvimento, as atualizações dos códigos da rede primária podem obrigar a blockchain secundária a ajustar seus parâmetros frequentemente.
Exemplos de Merged Mining
Atualmente, não existem muitos casos de mineração combinada. Mesmo assim, dois exemplos clássicos são a possibilidade de fazer merged minning com BTC e NAME (Manecoin), já que ambas as cripto empregam o hash SHA-256.
Outro exemplo é a merged mining de DOGE e LTC (Litecoin). Lembre-se de que a DOGE nasceu de um fork da LTC.
Você também pode encontrar scrypt pools que mineram litecoin e fazem merged mining de Dogecoins e Myriadcoins para recompensar mineradores com outros três tipos de moedas.
Também vale a pena citar a RSK (Rootstock) uma sidechain da Bitcoin que construiu um ecossistema financeiro descentralizado ao redor do BTC. A RSK é compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM), ou seja, usa o mesmo sistema de contratos inteligentes que a rede Ethereum.
O seu símbolo nativo é rBTC e essa cripto é lastreada em 1 para 1 com o bitcoin. Para herdar alguma da segurança do Bitcoin, a RSK usou a mineração mesclada. Atualmente, 52% dos mineradores de bitcoin também mineram para a rede Rootstock. Isso faz com que ela seja uma das redes DeFi mais seguras.