Como muitos já sabem (e os que não, bem-vind@s!), uma das principais características das criptomoedas é que elas são, no geral, bastante voláteis.
Não é nada raro ver criptos que em somente um dia apresentam uma variação de 10, 20, 40% ou até mais. Todo mundo aqui ama as criptomoedas, mas esse sobe e desce pode deixar qualquer um tonto.
O resultado dessa flutuação pode ser o afastamento que causa em algumas pessoas que estão dando os primeiros passos nesse tipo de tecnologia.
E vamos falar a verdade: todo mundo adoraria ter a possibilidade comprar até um pão-de-queijo com bitcoin, mas se hoje o pacote custa 50.000 satoshis e amanhã, 60.000, a coisa fica mais difícil.
Então, a ideia é que existam criptomoedas mais estáveis para você ter mais facilidade para comprar o que quer que seja.
Como resposta para esse problema, foram criadas as stablecoins. O que é isso? Basicamente, são criptomoedas cujo preço está vinculado, de alguma forma, a um outro ativo mais estável, como as moedas FIAT.
Algumas stablecoins valem um dólar, outras um yen, outras um euro, e assim por diante. Também existem opções lastreadas no preço do ouro ou da prata.
É importante saber que os projetos, por mais semelhantes que sejam os seus objetivos, podem diferir muito de método, confiabilidade, solidez e projeção a longo prazo. É por isso que, como dizemos no mundo cripto: sempre faça sua própria pesquisa (Always do your own research).
Especificamente no artigo de hoje, vamos analisar dois dos mais prestigiados projetos de stablecoins: Tether (USDT) e DAI.
Contenidos
Qual é a diferença entre DAI e USDT?
Já dissemos que as moedas estáveis “vinculam” o seu valor ao preço de alguma moeda FIAT ou de outro ativo mais estável. Mas como é que elas fazem isso?
Em termos gerais, podemos distinguir entre dois métodos para fazer um Tether e um DAI terem o valor de um dólar: suporte físico e Obrigação de Dívida Colateralizada (CDP).
O Tether, a primeira moeda estável em termos históricos, é do primeiro tipo, o que é uma ideia bastante intuitiva: mantém um dólar num cofre para cada token emitido.
Como está claro, esse procedimento é centralizado demais. Os USDT só são emitidos quando um usuário passa pelo KYC (Conheça o seu cliente, um protocolo de verificação de identidade) e deposita dinheiro.
De fato, você pode verificar os relatórios de USDT no site da Tether, onde a quantidade de dólares em reserva é constantemente atualizada. Em abril de 2021, a capitalização de mercado do Tether atingia cerca de 49 bilhões de dólares.
Em relação às blockchains nas que você pode fazer transações com Tether, podemos citar a Algorand, Ethereum, EOS, Liquid Network, Omni e Tron. É, portanto, uma cripto super versátil e permite que você não opere sempre na mesma rede.
O DAI, por outro lado, tem um método um pouco mais complexo. É uma espécie de “banco central” sob a forma de um contrato inteligente: você deposita um colateral (uma garantia) no contrato inteligente e, em troca, recebe novos tokens com o valor de um dólar.
Nesse sentido, o DAI é apoiado em dívidas, uma dívida maior do que o valor da moeda (isto é muito prático para ser menos vulnerável a corridas financeiras). O interessante é o que acontece quando esse valor se desalinha.
Se o preço do DAI subir muito rápido, o contrato inteligente aumenta os lucros de quem nem sequer tocar nos seus DAI (hodl). Isso desestimula a circulação. Também desencoraja a emissão de novas tokens, aumentando o custo da sua criação.
No sentido oposto, se o preço descer, o interesse em manter os seus DAIs também diminui e o protocolo diminui o custo da criação de novos DAI.
Basicamente, o que se busca é tentar reduzir ou estimular a inflação de ativos, por isso, de certa forma, este protocolo funciona de modo parecido ao que faria um Banco Central.
Preço DAI vs. preço USDT
Os preços quase nunca são exatamente um dólar, mas normalmente não diferem em mais de um ou dois cêntimos. No entanto, algumas coisas podem acontecer e deixar o preço mais defasado do que isso.
Mesmo assim, lembrem-se de que estamos falando de pequenas proporções em comparação com as típicas criptomoedas. O preço do DAI tende a variar mais devido à sua natureza algorítmica e não ao seu suporte linear, como é o caso do Tether.
Ainda bem que aqui na Lemon você pode acompanhar essas cotações bem de pertinho.
Minerar DAI vs Mierar USDT
Como você já deve ter percebido, não é possível minerar USDT e minerar DAI também não é uma opção. Para receber tokens, alguém tem que depositar uma garantia colateral no caso do DAI, ou fazer um depósito em dólares, no caso do USDT.
No jargão criptográfico, stablecoins como DAI ou USDT (mas também outros ativos como os NFTs) não são extraídas, mas sim cunhadas (mint).
Comprar DAI vs comprar USDT
Já sabemos que enquanto o DAI é um protocolo descentralizado que funciona, em termos gerais, como um “banco central” que intervém na oferta e demanda de dinheiro, o USDT é uma empresa fortemente centralizada em que um depositário é feito para dar suporte à emissão de novos tokens.
O que é melhor? Na Lemon, não vamos dar conselhos financeiros, mas podemos indicar qual é a cripto que tem mais ‘a cara’ do seu perfil.
Seja quando falamos destas duas stablecoins, ou de qualquer ativo, o mais importante é medir a sua aversão ao risco e o seu grau de afinidade com o projeto.
Quanto ao risco, podemos dizer que, dentro do mundo criptográfico, ele é relativamente baixo. No entanto, se você é um defensor convicto da descentralização e está fascinado por resolver automaticamente fenômenos complexos, o DAI é seu projeto.
Por outro lado, se não te incomoda (inclusive se você achar até melhor) que uma empresa americana seja responsável pela guarda do seu dinheiro, vai de USDT.
Como você pôde ver, os dois projetos têm muito prestígio no mundo cripto, só que a partir de filosofias e metodologias totalmente diferentes. Ainda assim, são duas formas de entregar os mesmos resultados: moedas mais estáveis e criptomoedas mais atrativas e acessíveis para todos.
Seja qual for a sua escolha, se quiser comprar DAI ou compra USTD, a Lemon é o seu lugar!